
O ''Fardo'' da Maternidade
Nos últimos séculos, a visão da maternidade e do papel feminino na sociedade sofreu uma profunda transformação. A maternidade, que antes era vista como um dom e uma missão nobre, passou a ser encarada como um obstáculo ou um fardo.

A Desvalorização do Papel Feminino
A revolução sexual e o feminismo contribuíram para a desvalorização do papel feminino na família e na maternidade. Hoje, muitas mulheres veem a criação de filhos, o casamento e os cuidados com a casa como fardos. A sociedade moderna reforça a ideia de que a maternidade é algo extremamente difícil, quase impossível de ser exercida. Frases como "Você não vai aguentar a dor do parto" ou "Você não vai dormir quando o bebê nascer" são comuns. No entanto, muitas dessas dificuldades são temporárias e superáveis.
A dor do parto, embora intensa, passa. Sim, acordar a cada duas horas para amamentar e trocar fraldas é cansativo, mas é uma fase. Com amor e paciência, o bebê se sente acolhido, diminuindo o choro e facilitando os cuidados. Crianças pequenas agem movidas por emoções puras, como medo de ficar sozinhas ou de um ambiente desconhecido. Nesse contexto, a presença da mãe é essencial para transmitir segurança.



A Conexão Rompida Desde o Nascimento
No mundo moderno, a desconexão começa já no nascimento. O Brasil tem a segunda maior taxa de cesarianas do mundo: 55% dos partos são realizados dessa forma, chegando a 86% no sistema privado. A Organização Mundial da Saúde recomenda que apenas 15% dos partos sejam cesarianas, indicando que muitos procedimentos são realizados desnecessariamente, seja por escolha ou conveniência médica. Isso priva o bebê de nascer no momento natural, arrancando-o prematuramente de sua primeira casa: o ventre materno.
Posteriormente, as mulheres são pressionadas a retornar ao trabalho poucos meses após o nascimento do bebê, interrompendo o vínculo com a criança. Incapaz de se alimentar ou se defender sozinha, ela precisa se adaptar a um ambiente estranho, distante da mãe, sua figura de segurança.

Os Riscos da Terceirização dos Cuidados
Esse ciclo se perpetua quando crianças criadas por cuidadoras ou em creches desenvolvem vínculos com essas pessoas a ponto de chamá-las de "mãe". Para alguns, isso pode parecer inofensivo ou até "bonito", mas é, na verdade, um sinal de abandono das responsabilidades parentais.
Além disso, os riscos de maus-tratos e abusos físicos e psicológicos por parte de terceiros são preocupantes. Muitas vezes, a decisão de deixar os filhos aos cuidados de estranhos é justificada como necessidade, mas, em vários casos, reflete uma cultura de mínimo esforço. Os pais preferem transferir suas responsabilidades para creches ou escolas, culpando essas instituições quando algo dá errado, em vez de assumir o impacto de suas escolhas.

A Influência da Cultura Moderna
Grande parte dos discursos negativos sobre a maternidade vem de mulheres que não desejavam filhos ou não estavam preparadas para a maternidade. Essa visão é reforçada pela cultura moderna, que, em nome do feminismo e do "empoderamento", apresenta a missão feminina de criar e educar como algo penoso e desnecessário. Afinal, as creches e escolas "criam por você".

Os Impactos de Adiar a Maternidade
Além disso, há um forte incentivo para que as mulheres adiem a maternidade até que enfrentem dificuldades para gerar filhos naturalmente. Nesse cenário, gastam-se fortunas em tratamentos para tentar engravidar. Em outro extremo, promove-se o aborto como solução para uma gestação "inconveniente", tratando uma vida inocente como descartável. É comum ouvir justificativas como "é só um amontoado de células" (ignorando o fato de que todos nós somos um amontoado de células) ou com as frases pré-prontas como "meu corpo, minhas regras", banalizando a gravidade do ato.
Resgatando o Valor da Maternidade
É urgente resgatar o valor da maternidade e da missão dada por Deus às mulheres: participar da criação, formando homens e mulheres justos, bons e verdadeiros. A maternidade não é um fardo, mas uma bênção e uma responsabilidade que molda o futuro da sociedade. Que possamos refletir sobre nossas escolhas e priorizar o bem-estar e a formação das crianças.




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